Potencial mercado de desbancarizados é crescente. Você está preparado?

Por: Luciano Brito*

Não precisa ser um expert em economia ou políticas sociais para entender que as nuances econômicas brasileiras são complexas. O Brasil é um país emergente e, apesar de fazer parte do G20, observamos uma disparidade imensa em relação à renda social. Apesar do crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2021, também pudemos observar o aumento da pobreza para mais de 9 milhões de pessoas no período, segundo dados do IBGE.

Chegada a pandemia, a necessidade de distribuição do auxílio emergencial deu luz a um déficit da nossa sociedade: a inclusão bancária. Conhecidos como invisíveis pelo Banco Central (BC), os desbancarizados em sua maioria são de classes C, D e E. Apesar do benefício ser liberado sem a ausência de conta em bancos, ela facilitaria o processo.

A falta de informação a respeito da importância de ter uma conta em banco existe, e são muitas as justificativas para esse alto número: o desemprego no país, a falta de dinheiro no final do mês e a inexistência de um comprovante de residência são alguns dos motivos.

Nos principais centros urbanos as pessoas não sentem falta de agências bancárias, mas quando olhamos para regiões mais afastadas, a ausência deste acesso também influencia o alto número de desbancarizados. Apesar das famosas e facilitadoras contas digitais, essa realidade ainda não atinge todos os brasileiros, existem muitos brasis dentro do Brasil!

Fato é que sem uma conta em  banco, esses clientes, em sua maioria de classes menos favorecidas, podem enxergar dificuldades para conseguir concessão de crédito. Essa questão, além de prejudicar os cidadãos, também gera impactos no mercado nacional. O potencial de consumo delas para a economia como um todo é de bilhões, e há um enorme GAP nesse cenário. Já não é novidade que o crédito auxilia pessoas a comprarem produtos mais caros, em situações em que o pagamento à vista não é uma possibilidade. Sobretudo no momento econômico que vive nossa sociedade, o crédito se faz necessário inclusive para complementar a renda no final do mês.

A partir disso, ressalto a relevância que cartões Private Label (cartão de loja) tem para a economia local brasileira. São opções de crédito que não carecem de comprovação bancária e abrem concessão de valores bem consideráveis. Além da inclusão social que o produto proporciona, aqui também observamos um diferencial de mercado para empresas que, ao investirem na solução, ganham mais atratividade em seus negócios. 

Olhando a realidade brasileira, assim como internacionalmente, o momento não é fácil, mas apostar em oferta de crédito em um momento social tão árduo, pode gerar uma relação de ganha-ganha. Quer uma dica? Invista em soluções de crédito que tenham uma mensagem real de auxílio, essa relação dá futuro para todos: mercado, consumidor e lojista.

* Luciano Brito, é CEO da Uze há mais de 11 anos. O executivo é formado pela Universidade Federal da Bahia e tem MBA em Gestão Empresarial na FGV, começou como Diretor de Operações e chegou ao cargo de CEO da empresa.