Gestão no phygital. Você já começou?
Por: Luciano Brito*
“O varejo agora é phygital”, esse foi um dos termos mais comentados no decorrer de 2021. A palavra, que ainda não é reconhecida como correta no inglês ou português (phygital/figital), tem um grande peso e carrega em seu significado o futuro: a integração entre o espaço físico e digital.
O agente impulsionador para essa tendência se tornar real no Brasil e no mundo, foi principalmente o isolamento social, que foi também o precursor para que as marcas entendessem que seus negócios não sobreviveriam sem investimento no digital: só em 2020 as empresas gastaram cerca de 46 bilhões para a implementação de tecnologia em negócios no Brasil.
Com as medidas de isolamento sendo afrouxadas no decorrer do ano, apesar do varejo ter tido um aumento de 4,5% em vendas em relação a 2020, pode-se notar que agora a expectativa do consumidor é encontrar informações de maneira intuitiva, exigindo uma comunicação do digital integrada ao espaço físico.
E muito além da pandemia, também vivemos num momento paradoxal, de um lado precisamos entregar serviços para as gerações Y e Z, que exigem das marcas praticidade e integração. Temos a geração X, que aprendeu e liderou o avanço tecnológico – mas dentro dessa geração ainda encontramos pessoas que não são adeptas de maneira imersiva à tecnologia. E por fim, do outro lado dessa tríade, nosso mercado também precisa disponibilizar serviços para os baby boomers, geração que tem mais intimidade e conforto com o contato humano.
Com toda essa gama geracional, o varejo precisa disponibilizar serviços que integrem o mundo físico com o digital, entregando soluções para todos os públicos. A pandemia certamente acelerou um processo que demoraria cerca de 5 anos para acontecer, foi tudo muito rápido. E é por isso que o mercado tem que correr contra o tempo para se atualizar. Costumo dizer que hoje o ser humano é híbrido, e da mesma forma que exige praticidade e clareza no atendimento digital, ele também deseja que a marca seja consistente no presencial.
O desejo das pessoas de se relacionar, sair e socializar não vai deixar de existir, mas o mundo tem evoluído, por isso se faz necessário que empresas entendam a jornada de seus clientes e disponibilizem integração com o digital em uma sala de cinema, loja de roupas, supermercados, farmácias entre outros muitos lugares.
A inteligência humana faz a sociedade mutante, e acompanhar essas mudanças com soluções que se adequam ao consumidor é um dever de casa básico! Nenhum negócio existe para se autossustentar, existimos para suprir necessidades humanas e, hoje, a sociedade encontra sentido em negócios que se enquadrem no sistema de trabalho phygital. Só me resta então te perguntar: você já começou essa jornada?